domingo, 18 de setembro de 2011

Ausência, fictícia



Não me abstive, a ausência foi incessantemente ficticia.


O cognos nao se deixou adormecer, engoliu mordazmente a pastilha do pensamento bloqueada pela maré de um sentimento.

Já me perdi, perdi-me no que nao sou, perdi-me no que me transformo. Eu, monstro eclético, animal de heresia.
A paixão é agora um alimento, de deglutinação dolorosa, uma odinofagia que me mata e me preenche.

Como um meandro na mais temerosa planície aluvial surgiu este algo,
           esta denominação que acelera um qualquer ventriculo ou valvula do meu motor orgânico.
Surgiu este não sei quê, nasceu o que em mim há muito não chovia,
                  esta intempérie que me move e me faz tocar a alegria mais inatingivel.

Estou a àcidos, dos mais dementes, queimando, num paralelismo metafórico, até à última ponta, a mais infindável ponta.

Inconsciente, louco, do cerne à epiderme, totalmente louco (por outrem).
Apaixonado, num louvor às construções liricas que o ser me alicerça.
Rosas Roxas que só a foice negra desabará.
Aqui me encontro, aqui me perdi,
              mas não me abstive, a ausência foi incessantemente ficticia.



Vejo me sinistramente envolto em hologramas sonhadores e amo, do falo à sinapse, do falo ao motor da vida, amo. 



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