Sinto-me reduzido, viciado e dependente de um tóxico depressivo. Sei-me quase cadavérico, conspurcado pela agulha da tristeza, que nem sem-vida a vaguear na verdade que me atinge.
Perdido, apaixonadamente perdido, ceguei como quem cega de paixão. Vejo-me ser armazenado pelo outro lado, embalsamado como um dado adquirido, incapaz de realizar que dou exponencialmente mais do que aquilo que recebo.
A espaços, a tempos, a intervalos de parcial lucidez, encontro-me. Imbecilmente, tomo consciência de quão desvalorizado me sinto, racionalizo, transporto a semântica de que a espécie mais perigosa de estupidez é uma inteligência aguçada.
Lado a lado sou engolido, sou personalizadamente devorado pelo escasso acercamento de confiança. Não me é possível ser, não me é possível.
O outro lado? Ludibria-me concupiscentemente, desfaz-me em desconfiança de compromisso, não me corresponde, destroca-me que nem astro sufocado à deriva.
O outro lado? Enlouquece-me, e por isso me prende.
Ao que pariu esta droga? Que os céus se abalem sobre tal, que muros libidinais sobre a qual se esvaiam.
E assim sobrevivo, morto. Exponencial e diariamente morto.
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