'Escrever é como beber Porto, pouco, só algum e em dias de festa. Há que aprender que escrever é uma escolha e não um dever.Escrever é, acima de tudo, um objecto maior do hedonismo. Escrevo para mim, porque me aquece, porque me excita, porque me mata fantasias e cumpre desejos.
E, às vezes, no lado odioso da minha personalidade, uma voz diz-me para não escrever, ou para, no máximo, esconder debaixo da cama prosas e versos de madrugadas avulsas, tão bons ou tão maus como eu próprio.Às vezes apetece-me rir na cara da humanidade, quando a privo da minha escrita e deixo as construções dactiloscritas na metafísica se desvanecerem como fumo no ar.
É o efémero que dá razão ao eterno.'
Liricista Almiscarado
"sonhos, quimeras, fantasias, ficções: isto são devaneios de uma alma doentia."
sábado, 9 de março de 2013
Citações do vazio ébrio e da escrita de penumbra
sábado, 3 de março de 2012
Mal.
Mal, muito mal. É assim que me vejo a enfrentar a ignobilidade da realidade de um sentimento incompleto, incorrespondido.
Sinto-me reduzido, viciado e dependente de um tóxico depressivo. Sei-me quase cadavérico, conspurcado pela agulha da tristeza, que nem sem-vida a vaguear na verdade que me atinge.
Perdido, apaixonadamente perdido, ceguei como quem cega de paixão. Vejo-me ser armazenado pelo outro lado, embalsamado como um dado adquirido, incapaz de realizar que dou exponencialmente mais do que aquilo que recebo.
A espaços, a tempos, a intervalos de parcial lucidez, encontro-me. Imbecilmente, tomo consciência de quão desvalorizado me sinto, racionalizo, transporto a semântica de que a espécie mais perigosa de estupidez é uma inteligência aguçada.
Lado a lado sou engolido, sou personalizadamente devorado pelo escasso acercamento de confiança. Não me é possível ser, não me é possível.
O outro lado? Ludibria-me concupiscentemente, desfaz-me em desconfiança de compromisso, não me corresponde, destroca-me que nem astro sufocado à deriva.
O outro lado? Enlouquece-me, e por isso me prende.
Ao que pariu esta droga? Que os céus se abalem sobre tal, que muros libidinais sobre a qual se esvaiam.
E assim sobrevivo, morto. Exponencial e diariamente morto.
Sinto-me reduzido, viciado e dependente de um tóxico depressivo. Sei-me quase cadavérico, conspurcado pela agulha da tristeza, que nem sem-vida a vaguear na verdade que me atinge.
Perdido, apaixonadamente perdido, ceguei como quem cega de paixão. Vejo-me ser armazenado pelo outro lado, embalsamado como um dado adquirido, incapaz de realizar que dou exponencialmente mais do que aquilo que recebo.
A espaços, a tempos, a intervalos de parcial lucidez, encontro-me. Imbecilmente, tomo consciência de quão desvalorizado me sinto, racionalizo, transporto a semântica de que a espécie mais perigosa de estupidez é uma inteligência aguçada.
Lado a lado sou engolido, sou personalizadamente devorado pelo escasso acercamento de confiança. Não me é possível ser, não me é possível.
O outro lado? Ludibria-me concupiscentemente, desfaz-me em desconfiança de compromisso, não me corresponde, destroca-me que nem astro sufocado à deriva.
O outro lado? Enlouquece-me, e por isso me prende.
Ao que pariu esta droga? Que os céus se abalem sobre tal, que muros libidinais sobre a qual se esvaiam.
E assim sobrevivo, morto. Exponencial e diariamente morto.
domingo, 18 de setembro de 2011
Ausência, fictícia
Não me abstive, a ausência foi incessantemente ficticia.
O cognos nao se deixou adormecer, engoliu mordazmente a pastilha do pensamento bloqueada pela maré de um sentimento.
Já me perdi, perdi-me no que nao sou, perdi-me no que me transformo. Eu, monstro eclético, animal de heresia.
A paixão é agora um alimento, de deglutinação dolorosa, uma odinofagia que me mata e me preenche.
Como um meandro na mais temerosa planície aluvial surgiu este algo,
esta denominação que acelera um qualquer ventriculo ou valvula do meu motor orgânico.
Surgiu este não sei quê, nasceu o que em mim há muito não chovia,
esta intempérie que me move e me faz tocar a alegria mais inatingivel.
Estou a àcidos, dos mais dementes, queimando, num paralelismo metafórico, até à última ponta, a mais infindável ponta.
Inconsciente, louco, do cerne à epiderme, totalmente louco (por outrem).
Apaixonado, num louvor às construções liricas que o ser me alicerça.
Rosas Roxas que só a foice negra desabará.
Aqui me encontro, aqui me perdi,
mas não me abstive, a ausência foi incessantemente ficticia.
Vejo me sinistramente envolto em hologramas sonhadores e amo, do falo à sinapse, do falo ao motor da vida, amo.
quarta-feira, 22 de junho de 2011
O reacender da chama petrificada
O depósito não foi reabastecido, a caneta ficou sem tinta.
O artista não morreu, o liricismo não se evaporou na neblina figurada, a mente mantém-se atroz e a escrita calejada.
Aqui reacendo a chama por tempos petrificada e inalo mais um bafo desse cigarro fictício que me transforma.
Sem soltar vernáculos, percebo a limitação da existência própria e encontro no conformismo a felicidade irrisória.
Aqui me garanto a expor a minha nudez mental e toda a sua face evolutiva, numa dádiva unilateralmente constante.
Deixo por agora o rastilho que irá gerar obra, deixo por hoje em branco a tela que irá virar bomba, dou por enquanto adormecido o crepitáculo que explodirá em arromba.
Deixo me estar, até à próxima convulsão de partilha cibernáutica.
(Deixem a porta aberta)
O artista não morreu, o liricismo não se evaporou na neblina figurada, a mente mantém-se atroz e a escrita calejada.
Aqui reacendo a chama por tempos petrificada e inalo mais um bafo desse cigarro fictício que me transforma.
Sem soltar vernáculos, percebo a limitação da existência própria e encontro no conformismo a felicidade irrisória.
Aqui me garanto a expor a minha nudez mental e toda a sua face evolutiva, numa dádiva unilateralmente constante.
Deixo por agora o rastilho que irá gerar obra, deixo por hoje em branco a tela que irá virar bomba, dou por enquanto adormecido o crepitáculo que explodirá em arromba.
Deixo me estar, até à próxima convulsão de partilha cibernáutica.
(Deixem a porta aberta)
segunda-feira, 4 de abril de 2011
Abertura de portas às horas do cheiro a tinta
Alimento na mente um despautério moribundo, venerando o iconoclasmo e desprezando o auto-pasmo.
Hoje expando o meu ser, libero tudo aquilo que não pareço temer
Acordo na caneta um demónio sem fim e afogo no papel qualquer quase querubim
Bem-vindos.
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